Retorno a tailândia

Esse não foi meu primeiro retorno a Tailândia, na verdade, esse se tornou um dos países que mais visitei depois do Vietnã, mas tem um motivo especial para que eu escreva sobre esse retorno especificamente.

Como sabem, depois da Europa eu retornei ao Vietnã, passei os 3 meses do visto, fiz um voluntariado e já estava cogitando voltar ao Brasil, mas sem certeza, porque eu nunca tenho certeza de nada e sou péssimo para tomar decisões, então decidi ir para a Tailândia e ficar um tempo lá para decidir se voltaria ao Brasil de fato. E diferente das outras vezes que eu visitei esse país, agora eu estava tomando meu tempo, indo com calma e aproveitando a vida na Tailândia.

Eu consegui meu primeiro voluntariado em um hostel, foi minha primeira vez, então erros aconteceram, não era ruim, eu limpava os quartos por não mais que 2h (era um hotel pequeno com poucos quartos, tinha dias que eu sequer travalhava 1h) e tinha hospedagem. A primeira semana foi ok, na segunda uma nova voluntária chegou: Aylin, uma alemã de origem turca a qual tive ótimas trocas e várias risadas, além disso, ela é muçulmana, mas ela quebrou todos os esteriótipos possíveis que eu poderia ter de uma mulher muçulmana, mas isso não vem ao caso. Aylin tornou meus dias em Bangkok mais divertidos, fomos em vários lugares juntos, saíamos para comer j, foi ótimo. Inclusive, visitei lugares que eu não conhecia em Bangkok, o que tornou toda a experiência ainda melhor.

Após 2 semanas nesse voluntariado, segui para um próximo, esse ficava há +- 4:30 de Bangkok, em uma cidade que eu nunca ouvi falar, em uma escola numa zona rural. Eu peguei o trem saindo da capital tailandesa, eu não tinha internet e o diretor deveria me buscar, mas ao chegar no destino não tinha ninguém (fiquei preocupado pois houve um atraso no trem), cai uma chuva pesada e esperei quase 1h até que uma pessoa chegou até mim e perguntou se eu era o Gabriel. Seguimos até o destino que era +2h, paramos para comer e no fim do dia chegamos na escola, sim, minha hospedagem era na escola. Era um quarto simples, com um banheiro externo, mas cotava com uma boa cama, uma mesa, geladeira, wi-fi. Para o café, eu comia na secretaria junto com os professores e no almoço todos comíamos no refeitório da escola, junto com os alunos e no jantar e nos fins de semana, uma moça que vendia comida próxima a escola trazia para mim, experienciei ótimas refeições.

Como eu disse, era uma escola simples, com poucos recursos do governo, mas ela tinha algo que eu sempre achei que toda a escola tinha que ter: os alunos tinham uma forte conexão com a escola, mesmo após terminar o dia, muitos ficavam pelo gramado, praticando esportes. A escola tinha banda e times de futebol feminino e masculino que competiam com as outras escolas. O diretor era super engajado, era um rapaz novo de 32 anos, morava distante, mas sempre estava na escola com seus alunos, até nos fins de semana.

Fiz amizades com professores que me levara a passeios incríveis e para ótimas refeições. E os alunos...ah os alunos!!! 

Esse foi um voluntário que mexeu comigo, os mais novos, que deveriam ter uns 3/4 anos corriam para me abraçar, pediam hi-five, abraços. Claro que tinha classes mais difíceis e como não tinha um programa a seguir, tive que me criar as aulas e adaptar conforme o contexto de cada classe, mas a maioria delas me proporcionou momentos incríveis e é por isso que resolvi escrever sobre essa passagem pela Tailândia, o carinho e o afeto dos alunos (da escola toda sem dúvida, mas principalmente dos alunos) me marcou muito, é uma experiência que eu jamais vou esquecer e por fim, nesse tempo na escola, eu decidi retornar ao Brasil, queria conhecer meu sobrinho que estava prestes a completar seu primeiro ano, queria rever meus familiares e amigos, mas antes disso teremos um novo texto para fechar o ano haha.

Eu fiz um trajeto super longo saindo de Bangkok até chegar em São Paulo, nesse percurso eu tive 15h em Los Angeles, nos Estados Unidos e sim, foi minha primeira vez de fato visitando esse país (tive um trânsito curto em Dallas no ano passado, não era suficiente para sair do aeroporto e connhecer a cidade como foi o caso de LA). Então achei por bem escrever um texto sobre LA para encerrar o ano, até porque foi o último país que vistei em 2024 e retornei ao Brasil. Então antes das festas de fim de ano teremos o último texto de 2024, até lá!