o charme da polônia
Depois do caos que foi sair da República Tcheca, eu finalmente cheguei em Cravóvia, na Polônia, no fim do dia e já encontrei minha primeira dificuldade: entrar no hostel!
O lugar simplesmente não tinha nenhum funcionário a disposição e não me enviaram o código para entrar no prédio e não foi informado em qual quarto e cama eu ficaria e como eu estava cansado, tomei um banho e escolhi um quarto que não tinha ninguém para passar a noite, mudaria de hostel no dia seguinte.
Do primeiro hostel em Cravóvia eu descobri que ar condicionado e nem mesmo ventiladores são comuns nos hostels na Europa. Ao menos o segundo hostel tinha, mas é algo bem incomum, na Hungria o primeiro hostel não tinha nenhum, no segundo tinha um ventilador para o quarto todo e na Sérvia, mesmo airbnb, só tinha um ventilador e o calor europeu estava insuportável, mas vamos a Polônia!
Eu fiquei 3 dias na cidade e Cravóvia tem um dos centros históricos mais bonitos que eu já vi. Minha sorte que meu segundo hostel ficava bem perto do centro histórico, o que tornou a exploração do lugar mais fácil e nossa, eu podia passar horas sentado no lugar só admirando a beleza daquele centro histórico, mas o castelo de Praga era mais bonito que o de Cravóvia, o que não diminui a beleza do lugar.
Tirando a questão da mudança de hostel, eu não tive nenhum acontecimento extraordinário, desde do acidente em Praga, eu tinha resolvido encurtar minha viagem na Europa, então passei poucos dias em cada lugar. Mas além do centro histórico, devido ao calor extremo, o shopping que ficava bem próximo do centro foi uma alternativa para as tardes quentes e no meu último dia, conheci uma pessoa do couchsurfing que, apesar de não ter me hospedado (ele cancelou em cima da hora), a gente se encontrou e ele me levou em uns lugares bem interessantes, como uns restaurantes e cafés que ficavam sob um jardim, um bar bem tradicional que dividia espaço com um restaurante para aqueles que apreciam o lugar mas buscam algo menos barulhento e me levou para comer em um restaurante local...mas a comida não me agradou muito. Um prato era uma espécie de sopa de batata com um gosto bem forte e uma outra sopa, acredito que era de beterrada e tive um doce de queijo que foi mais agradável que as sopas.
Agora vamos alguns aspectos em relação a Polônia que vocês provavelmente conhece por conta da Segunda Guerra, na verdade o começo dessa foi considerado quando a Alemanha invadiu a Polônia, vitimando mais de 6 milhões de poloneses. Inclusive, muitos desses se refugiaram para o Brasil durante a guerra. No ano de 1944, foi proclamado a República Popular da Polônia foi proclamada e, em 1947, depois de um breve período de uma guerra civil de baixa intensidade, referendos e eleições fraudadas, o país se tornou um dos integrantes da Cortina de Ferro, o conjunto de países aliados da União Soviética. Durante as Revoluções de 1989, o governo comunista polonês foi derrubado e a Polônia adotou uma nova constituição, que estabeleceu o país como uma democracia e o renomeou para Terceira República Polonesa. Ainda se tratando da esfera política, a Polônia se junta a Hungria como os "problemáticos" da União Europeia, isso porque ambos países são governados por regimes conservadores que vem desrespeitando legislações da EU e, consequentemente, recebido multas. Além disso, esses governos foram até ditos como aspectos autoritários e com desrepeito as minorias, mas no geral, em ambos os países, vi bastante liberdade, talvez pelo fato de eu ter ficado poucos dias, não senti o impacto político.
Quanto a esfera cultural, eu sempre tive a impressão que a Polônia tinha aspectos parecidos com a cultura alemã, uma coisa meio underground pelos jovens e talz, inclusive, na minha primeira noite, tinha uns jovens ouvindo rock no parque tarde da noite (o que sempre foi algo que eu associei tanto a Alemanha quanto a Polônia), mas acho que também devido a influência durante o período da URSS e sua posição geográfica, a Polônia tem aspectos de ambos os lados, digo, da Alemanha e a Rússia, o que se transforma em uma cultura própria. Além disso, o catolicismo é a região predominante do país e, apesar de Varsóvia ser a capital e maior cidade do país, Cravóvia é conhecida como capital cultural do país (então fui no lugar certo ein haha).
Ah, mais um ponto interessante! Apesar de ter morado grande parte da sua vida na França, a cientista Marie Curie nasceu na Polônia. Física e química polonesa naturalizada francesa, ela conduziu pesquisas pioneiras sobre radioatividade (tem um filme na Netflix sobre ela, super recomendo!). Marie foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, sendo também a primeira pessoa e a única mulher a ganhá-lo duas vezes, além de ser a única pessoa a ter ganhado o Prêmio Nobel em dois campos científicos diferentes.
De Cravóvia, eu peguei um novo ônibus, agora me dirigindo para a Hungria, mais precisamente para a capital Budapeste, mas se você olhar no mapa, para ir da Polônia a Hungria é necessário atravessar a Esvoláquia por inteiro e, apesar de não ter saído para explorar aquele país, foi uma jornada interessante, atravessar um país inteiramente dentro de ônibus vale a pena escrever sobre. E por isso, na próxima vez que nos encontrarmos aqui nesse blog, eu vou contar como foi essa jornada pela Eslováquia dentro de um ônibus. Então até lá!












