me encantei pela malásia
Durante a minha jornada eu visitei países que eu sempre quis visitar e que, de certa forma, eu sentia um chamado para aquele lugar, mas alguns foram totalmente sem intenção prévia e que me surpreenderam muito. A primeira vez que isso aconteceu foi na Romênia e a segunda foi recentemente na Malásia.
A Malásia nunca esteve nos meus planos e, sinceramente, não via razões para visitar o país até que uma amiga do Vietnã me mostrou umas fotos da cidade de Malaca que me chamou muito minha atenção e então eu fui!
Cheguei no país através da capital Kuala Lumpur, famosa pelas Twins Towers, mas mesmo essa cidade foi muito além disso. Para começar, ao chegar no aeroporto me deparei que eu precisava apresentar meu comprovante da vacinação da febre amarela, o que até então não era problema pois eu sempre carregava junto ao meu passaporte, mas ao fazer o check-in do voo, o atendente tirou e me devolveu, eu coloquei no bolso e depois disso eu nunca mais eu encontrei. Expliquei minha situação no órgão de saúde do aeroporto e como eu estava fora do Brasil há quase um ano, não era problema (o comprovante era para quem vinha de determinados países, apesar de ser brasileiro, eu não estava vindo do Brasil, então não era necessário a comprovação).
Peguei um trem do aeroporto e fui até o hostel, mas acabei indo para o lugar errado – ou não, eu sai exatamente em frente as Twins Towers, mas ali não era meu hostel. E falando em hostel, foi uma péssima experiência em hostel, muito barulhento e com pessoas desrespeitosas.
Mas o que me encheu os olhos na Malásia sem dúvida foi o multiculturalismo (o que gera algumas questões sociais que não vem ao caso). O país é composto, principalmente, por três grupos: os malaios (em sua maioria são muçulmanos), os chineses e os indianos. Não só em KL, mas em todo o país você vê a cultura desses três povos interagindo, seja na comida, seja na arquitetura.
Eu fiz um amigo na capital e ele me confessou que apesar de parecer incrível esse multiculturalismo, geralmente, cada grupo acaba tendo relações sociais com seu próprio grupo, inclusive tem escolhas diferentes para cada grupo. Mas eu confesso que, como internacionalista, esse mix cultural foi fascinante.
Da capital eu peguei um ônibus até a famosa cidade portuária de Penang, que também estava um horror de calor. Essa é famosa pelas “praias” (tem a praia em si, mas não é bem a praia do jeito que estamos acostumados no Brasil, inclusive, tem uma pequena porção de areia e ninguém nada, para praias na Malásia tem que ir em cidades específicas – ou ilhas) e pela rua das artes, mas eu confesso que achei nada demais, mas a comida sempre excelente.
Na verdade, a partir de Penang eu notei a influência cultural da Inglaterra que colonizou o país, principalmente na arquitetura. De lá fui para uma cidade chamada Ipoh a pouco mais de 1h de ônibus, que na verdade não é muito diferente de Penang, exceto pelo porto, é uma cidade menos. Fiquei apenas uma noite e fiz amizade com um argentino que também estava pelo mundo, visitamos alguns templos no segundo dia, só que ele me fez andar pra caramba no calor de 40º, o ponto bom foi treinar meu espanhol com ele, mas eu segui viagem até o sul do pais, para a cidade cultura de Malaca.
Malaca é incrível! Super cultural. A “street night” tem comidas baratas a perder de vista, tem o famoso rio Malága e, ah! A cidade foi colonizada pelos portugueses, então tem algumas influências desses, principalmente em nomes de alguns momentos e lugares e nas padarias com o pastel de belém. Inclusive, estima-se que em torno de mil pessoas ainda falam português em Malaca, mas não encontrei nenhum desses mil.
A Malásia foi uma experiência fantástica, superou e muito minhas expectativas. O mix cultural, as influências dos antigos colonizadores, a comida, a arquitetura. Viajar dentro do país foi superbarato, acho que de todos os países que visitei, a Malásia tem os custos mais baratos para viajar de ônibus. Eu me senti tão feliz nesse país, me fez lembrar como é mochilar por ai.
Vou tentar resumir algumas coisas que eu aprendir sobre a Malásia:
Como eu falei, o país é composto por três grupos étnicos principais: os malaios, os chineses e os indianos. Os malaios são maioria, seguido pelos chineses e os indianos são a minoria em relação as três. Em algumas cidades é possível ver, por exemplo, maioria chinês como no caso de Penang e Ipoh. E apesar dos chineses serem o segundo maior grupo e, talvez, com a maior relevância para a economia, os mesmos não tem muita presença política, essa acabando sendo comandada pelos malaios.
Ainda sobre os grupos étnicos, apesar da Malásia não ser um país autocrático como alguns países muçulmanos do Oriente Médio, os malaios étnicos tem certos privilégios. Por exemplo, o amigo que eu fiz ele é malaio chinês, ele me disse que além dos passaportes dos grupos étnicos serem diferentes, caso ele queira comprar uma casa no país, o valor para um malaio étnico é 20% mais barato, pois eles são tidos como uma espécie de "filhos da terra", mesmo os etnicos chineses e indianos terem nascido no país também.
E como eu tinha falado que existe até escolas para cada grupo, é comum pessoas de grupos diferentes se comunicarem em inglês, mesmo o malaio sendo a língua oficial do país (mesmo que chineses e indianos estudem em escolas do seu grupo, eles aprendem malaio também pois é a língua do país, mas devido a comunicação ser muito dentro de cada grupo, eles não praticam muito o malaio - o meu amigo mesmo disse que tem dificuldades em falar malaio as vezes).
Em relação a história. Esse era um reino autonômo até o século XV onde começou a ocupação europeia, basicamente pelos ingleses e tendo Malaca sido ocupada pelos portugueses durante 130 anos (1511-1641). A independência da Malásia ocorreu em 1957 eom o auxílio dos investimentos estrangeiros oriundos principalmente de outras nações asiáticas, a Malásia passou por um rápido processo de industrialização, na década de 1990, que promoveu o seu crescimento econômico.
O país é formado por duas ilhas principais, sendo a ilha ocidental mais ocupada e onde fica a capital do país. O valor da moeda malaia é muito parecido com o nosso real brasileiro, então quase não precisei converter para saber o valor das coisas.
Por fim, o país é uma monarquia parlamentar, onde o chefe de estado é o Primeiro-Ministro e tem uma figura decorativa do rei, que inclusive, em janeiro de 2024 um novo sultão foi coroado rei do país.
Eu encerrei minha jornada na Malásia em Malaca eu peguei um ônibus para Singapura que fica há +- 6h da cidade, mas falarei dessa viagem no próximo post.

































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