Um encanto chamado Laos
Minha segunda saída do Vietnã teve o Laos como destino. Há alguns mochileiros que optam por fazer o trajeto entre o Vietnã e o Laos de ônibus, porém, eu não teria coragem de passar mais de 20h dentro de um ônibus, então fui de avião. Cheguei na capital do pais, Vienciana, cerca de uma hora após a partida, fui com uma cia laosiana que, apesar do pouco tempo de viagem, forneceu um pequeno lanche.
O Laos, provavelmente é o país mais pobre que eu já vistei, sem saída para o mar e ainda sentindo os efeitos da guerra do Vietnã (Laos é o país mais bombardeado do mundo durante), a capital em si, possui inúmeros templos budistas, mas não tem um aspecto de capital como estou acostumado, me pareceu uma cidade mediana. Um dos pontos mais interessantes da capital, talvez seja o arco do triunfo, que tem inspiração no modelo francês, só me deixou intrigado pois o Laos foi colônia francesa, fiquei me perguntado o quanto de influência colonial existia ali.
E falando em aspecto colonial, ao caminhar pela cidade, é possível identificar alguns prédios públicos que não estão no seu melhor estado, mas o que mais chama atenção é o fato da placa indicando qual ministério aquele prédio pertencia, além da escrita na língua lao, também estava escrito em francês, me questionei se aqueles prédios ainda eram da época colonial, visto que fazem menos de 100 anos de independência, é que o país talvez não tovesse verba para reformar e trocar a placa. De qualquer forma, parece sim que existe ainda influência da ex-colônia visto que a segunda língua ensinada nas escolas é o francês.
Vienciana foi interessante pois eu fiz amigos desde do primeiro dia, o que me permetiu jantar em um restaurante local, os mercados da cidade também são bem interessantes, mas durante minha estadia o mercado noturno de comida acabou fechando, aparentemente não tinha autorização para funcionar, o que eu achei curioso pois era um grande point turístico. E também, para minha surpresa, encontrei brasileiros no meu hostel; de todos os lugares do mundo que eu visitaria, nunca esperei encontrar brasileiros no Laos, ainda mais no mesmo hostel que eu, infelizmente eu já estava para visitar uma nova cidade e alguns estavam indo embora também, mas foi uma grata surpresa encontrar brasileiros lá.
Um ponto negativo que achei da cidade foi o museu nacional se encontrar pernamentemente fechado, fiquei pensando como poderiam fechar o principal museu do país, aquele que contém toda a história do lugar. Dessa forma, acabei visitando mais templos ao redor da cidade.
O último ponto interessante que achei da cidade foi a vista do Rio Mekong, o principal do sudeste asiático que atravessa uns 5 países, é até possível ver a Tailândia do outro lado do rio.
De Vienciana eu segui para Luang Prabang, talvez a cidade mais famosa do Laos, queria ir de trem pois essa talvez seja a infraestrutura mais moderna do país, foi construída pelos chineses e liga os dois países, então é possível ver um grande número de turistas chineses pelo país. A questão é que a passagem de trem precisa ser comprada com alguns dias de antecedência e como sou indeciso e deixo tudo para última hora, acabei tendo que ir de van e não foi uma das melhores experiências.
Primeiro a estrada que liga as duas principais cidade do país, não é das melhores e a van teve que improvisar assentos quando houve lotação, inclusive uma menina laosiana entrou na van durante o trajeto e ela portava um celular bem antigo, aquele de botão ainda, ali fiquei pensando o quão pobre poderia ser de fato o país e como sou privilegiado pelas oportunidades que eu tenho.
Em Luang Prabang fiz amizade com uma chinesa que estava no mesmo quarto do hostel e tive companhia para conhecer a cachoeira mais famosa da cidade (que inclusive possui um restort para ursos resgatados). Ah! Luang Prabang era um reino independente antes da colonização, pelo menos o museu da cidade estava aberto, mas esse era basicamente o antigo palácio real e conta mais sobre a vida da família real que governava a cidade.
A cidade tem vários encantos, repleto de uma natureza exuberante, talvez seja por isso que vi tantos turistas na cidade, ao mudar de hostel fiz mais amizades com vários mochileiros e trocamos várias experiências e recomendações.
O mercado noturno da cidade é uma atração a parte, mas nele é possível ver algumas estandes de chaveiros, o que poderia ser algo comum, mas esses eram feitos com fragmentos de bombas e aviões que foram lançados no Laos, foi bem triste ler o relato. Sobre a participação do país na guerra, aqui vai um resumo, assim como o Vietnã e o Camboja, o Laos era colônia francesa, quando começou a Guerra do Vietnã, o território lao foi muito usado pelos vietnamitas do norte para atravessar e chegar até o sul do Vietnã, então houve um inteso bombardeio dos estadunidenses no território do Laos, além disso, ainda hoje há inúmeras minas terrestres ativas que ainda vitimizam a população lao (a última vez que li, os EUA ainda ajudavam o Laos financeiramente para desativas as minas, mas como muitas estão no interior, acaba pegando muito desavisados).
Durante minha estadia em Luang Prabang, a cidade foi coberta por uma nevóa que, infelizmente, cobriu a linda paisagem da cidade, soube depois que as pessoas queivam terra para a estação chuvosa.
Por fim, fiz uma amizade com uma taiwanesa que já rodou o mundo também, a conheci durante uma subida para um templo que tem uma vista para toda a cidade, trocamos contato e conversamos até hoje.
O Laos em si é um país barato, talvez o governo devesse incentivar o turismo e investir a os proventos desse setor para melhorar a infraestrutura do país. Eu achei que os aspectos do país seriam semelhantes ao Vietnã, mas tanto o Laos quanto o Camboja, tem mais aspectos similares com a Tailândia, inclusive na culinária, mas menos picante que a culinária tailandesa.
E falando em Caboja, nos encontramos na semana que vem!






















