Mesmo nessa vida loca de viagens, eu continuo trabalhando, portanto, também preciso de férias haha.

Todo novembro eu tiro férias e no ano de 2023 não foi diferente e dessa vez decidir conhecer o Japão: primeiro porque sempre foi um sonho (já estudei muito sobre história e cultura do Japão, além de ser fã de mangás); segundo porque o governo japonês havia isentado a necessidade de visto para brasileiros, então segui rumo para a terra do sol nascente.

Peguei um voo de Hanói, que fazia conexão na cidade de Xiamen (China), achando que poderia conhecer a cidade, mas demorei tanto em alguns trajetos que apenas descansei na cidade e segui para a cidade de Osaka na manhã seguinte e chegando no Japão acabei enfrentando algumas questões no aeroporto que me deixaram desconfortável, sei que é procedimento de rotina e que fui o "felizardo", mas minha saúde mental já não estava das melhores e a situação fez com que eu não me sentisse muito bem-vindo no país.

Antes de embarcar nessa viagem, eu fiz um voluntário de 2 semanas em Hanóis ajudando crianças com inglês, porém, o gerenciamento do lugar era péssimo, algumas questões impactaram diretamente na minha saúde mental, então quando fui ao Japão, minha cabeça não estava tão saudável quanto eu gostaria, mas seguimos.

Saquei dinheiro no ATM, comprei um chip de celular que foi super caro no aeroporto (não façam isso, prefiram as lojas de conviniência), comprei o bilhete do trem e segui até minha guesthouse.

Pelas fotos, a guesthouse parecia um quarto privado, mas ao chegar lá, era um casa que a dona usava os espaços vazios como um quarto onde eu tive que dividir com mais dois rapazes (um deles se tornou meu amigo e me levou para conhecer alguns lugares da cidade). Acabei encurtando minha estadia nessa guesthouse e depois me mudei para um hotel que, apesar do quarto ser bem pequeno, ao menos era privado e não tinha barulhos.

Fiquei em torno de uma semana em Osaka, além do meu colega de quarto eu fiz um amigo, que foi mais que um amigo, se é que vocês me entendem, mas foi bom, foi intenso, divertido, carinhoso, hoje eu dou muito valor a momentos do que relações amorosas para uma vida. Em Osaka comi o famoso Takoyaki  (bolinho de polvo) que é bem popular na cidade, comi ramen, udon, além de outros pratos típicos do Japão. Conheci a street walking que leva até aquela imagem do corredor (vocês vão reconhecer pela foto), a região que tem a Torre de Osaka que possui vários restaurantes em volta, além do bairro mais otaku, onde era possível ver inúmeras lojas vendendo coisas relacionadas a mangás, animes e video-games.

De Osaka eu tirei um dia e fui conhecer a cidade de Nara, pouco mais de uma hora de trem, onde possui o famoso parque dos veados, foi um passeio interessante, pena que caiu uma chuva pesada antes de eu ir embora. Também visitei a cidade de Kobe, famosa pelo seu porto e Kyoto que foi a antiga capital. 

Em Osaka reencontrei um amigo que estudou comigo no Canadá, ele me levou nos arredores do Castelo de Osaka e também me levou para jantar (por conta dele), comemos uma série de espetinhos fritos de vários gostos (tinha carne, vegetais, frutos do mar, etc) acompanhados de uma sopa, arroz e um sorvete de sesame delicioso.

Apesar de tudo que eu escrevi possa parecer super excitante e divertido, a todo momento eu percebia que eu não estava animado, eu queria curtir, eu sabia que estava realizando um sonho ao visitar o Japão, mas eu não estava tão feliz quanto eu gostaria.

Depois de uma semana, peguei uo horárim ônibus noturno e segui para Tóquio. A viagem de ônibus foi bem desagradável, a poltrona era super desconfortável e mal inclinava (saudades das camas-ônibus do Vietnã). Cheguei em Tóquio bem cedo, em um frio absurdo de 10º e tive que esperar algumas horas até o horário do meu check-in. dessa vez peguei um quarto privado de airbnb na casa de um nepalês bem simpático, foi uma estadia confortável e era perto da estação de trem, além disso, também era perto de onde um amigo brasileiro decidiu  morar no Japão morava, nos encontramos duas vezes, foi ótimo.

Em Tóquio eu conheci a famosa travessia de Shibuya, caminhei por Shinjuku, Akibahara, fiz outro amigo que me levou para comer udon, além de outros pontos famosos da cidade. Me senti melhor em Tóquio, mas não estava ainda 100%.

Durante toda a viagem do Japão, comi comida de rua, mas muitas vezes recorri as lojas de conviniência por conta do preço (o Japão foi um dos países mais caros que eu visitei), além de alguns fast-foods que, na verdade, vendiam comida mesmo em forma de marmita, mas com preços acessíveis.

Uma coisa difícil foi andar com dinheiro no Japão, é um país que apesar de ser super moderno, pouco utiliza cartão de créditos, pouquíssmos restaurantes e lojas aceitavam, então você precisa andar com dinheiro, e é sempre muita moeda, eu comecei a carregar um pacotinho contendo moedas porque se utiliza muitas moedas, tem de 50 yen, 100 yen, 200 yen, 500, além de umas menores, toda vez que eu usava a nota de 1.000 yen, era certo ter trocentas moedas de troco.

Mas minha viagem não terminou em Tóquio, de lá eu peguei um voo para a cidade de Fukuoka, essa não estava nos meus planos, mas o trajeto da cidade voltando para Hanói era mais barato mesmo eu pegando um voo para Fukuoka, além disso, eu consegui um couchsurfing de dois noites, ou seja, não precisei pagar hospedagem. O segundo motivo era encontrar um outro amigo dos tempos do Canadá que, estava disposto a viajar até Tóquio só para me reeconhtar. Saímos para jantar nos meus dois dias na cidade e, por conta dele, foi ótimo reecontrá-lo e colocar o papo em dia. O rapaz que me hospedou com couchsurfing também foi super simpático, trocamos várias ideias (ele também adora viajar), inclusive, ele saiu com a gente na segunda noite para tomar cerveja e comer sushi.

O Japão é um país inacreditável e eu super quero voltar em uma outra oportunidade. Ao visitar todas essa cidade eu pude vivenciar tudo o que eu só tinha no meu imaginário: os castelos, os templos, casas sem portão, é cultura fantástica, tem um sistema ferroviário super eficiente, as pessoas são educadas, os lugares são lindos, Tóquio super populoso, mas a região de Osaka super cultural, foi uma experiência incrível que, apesar da minha saúde mental não estava das melhores naquela época e apesar de eu não conseguir ficar feliz como eu gostaria, eu aproveitei de toda forma possível! Caminhei horrores, tirei fotos com celular, com a câmera profissional que ganhei do meu melhor amigo, fiz amigos, vi animais e estruturas incriveis, fiquei perto da natureza, fiquei perto da tecnologia (acabei não tirando foto do outdoor 3D T.T), comi várias comidas locais, vivi um curto romance intenso e divertido, fiz o otaku que habita em mim feliz com as lojas especializadas nesse tipo de conteúdo e é isso, mesmo apesar de não está 100% eu fiz de tudo para aproveitar tudo de forma mais intensa possível.

E, falando em Japão, a próxima história tem relação direta com esse país e não só isso, eu reecontrei minha pesquisa no próximo destino e, mais uma vez minha saúde mental não estava das melhores, mas também aproveitei o máximo que pude. 

Então na semana que vem (espero ter tempo de escrever pois estarei viajando) vamos a Chongqing, no meu retorno a China (sem contar Xiamen pelos motivos que escrevi acima). A cidade que dizem está super a frente no futuro.