foi incrível na húngria

Cheguei na capital húngara, Budapeste, no fim do dia, após atravessar a Eslováquia inteira de ônibus. Fiz uma caminhada de +- 30 minutos até o hostel (que estava bem avaliado), mas não dormi bem. Semelhante no caso da Polônia, esse hostel também não tinha ar condicionado e ficava bem de frente para a rua, e como Budapeste não para, a noite foi bem barulhenta. A minha sorte é que para hostel, eu aprendi reserva uma única coisa para saber como vai ser a experiência primeiro, se for bom, eu reservo as demais noites que preciso, senão, mudo de hostel, como foi o caso. O dono do hostel foi bem gentil comigo e deixou eu fazer o check-in tarde da noite, o lugar era limpo, mas foi difícil dormir, por isso no dia seguinte eu mudei de hostel.

Na manhã seguinte, então, me dirigi para o centro da cidade, no qual pode notar como Budapeste era vívida, fiquei algumas horas no McDonald's, uma para pegar o ar condicionado já era o verão europeu estava surreal e outra para matar o tempo até o horário do check-in. Referente ao segundo hostel, esse ao menos tinha um ventilador, não era o quarto mais fresco, mas deu para "sobreviver", além disso, as pessoas eram bem simpáticas e tinha 2 brasileiros (passei o dia conversando com um, foi bem legal).

Como eu disse, a capital húngara, é bem vívida, a nightlife da cidade é considerada uma das melhores da Europa, sempre tem alguma coisa acontecendo, mas o parlamento foi o que mais me chamou atenção, que lugar enorme e belo! Acho que de tamanho, só perde para o parlamento da Romênia em Bucareste (tem até os nomes da cidade parecidos rs), de beleza, o de Budapeste vence sem dúvidas como vocês poderam ver nas fotos abaixo. Além disso, a arquitetura húngara é de tirar o chapéu, na verdade, todo o leste europeu tem uma arquiterura diferente, mas Budapeste tem algo diferente, como umas igrejas de uma tonalidade vermelha bem peculiar. Além da ponte que liga os dois lados da cidade, separados pelo rio danúbio. Dizem que cada lado tem um lado totalmente diferente representando o contraste da cidade (não vou saber qual lado é qual porque sou péssimo com direções como vocês já devem saber pelas minhas histórias), mas um dos lados tem uma igreja enorme e o parlamento, além de ter o centro da cidade e os maiores pontos turísticos, já do outro, o principal ponto é uma área que abriga o Buda Castle, Fisherman's Bastion e a Igreja de São Mattias. 

E ao andar pelo lado do Parlamento, você nota bem ao pé do rio Danúbio, esculturas de sapatos, esses é um dos pontos que mais me chamaram atenção na viagem. Esses sapatos fazem referência aos judeus que se jogaram no rio quando os nazistas invadiram a Hungria, é uma cena, que apesar de ser apenas um retrato, no caso os sapatos são de ferro e não verdadeiros, chama muita atenção e refletem uma parte triste da história mundial. 

Andar por toda a extensão do Danúbio é bem interessante, tem vários restaurantes e parques para relaxar e para quem gosta de beber, eu recomendo Szimpla Kart, é uma área bem underground e vale a pena visitar mesmo para quem não gosta de beber (como eu).

E voltando sobre a história, vamos a alguns pontos interessantes para a história do país: A Húngria passou por  séculos de sucessiva ocupação de celtas, romanos, hunos, eslavos, gépidas e ávaros, tendo sua fundação de fato datada no final do século IX pelo grão-príncipe húngaro Arpades durante o Honfoglalás ("conquista da pátria"). Seu bisneto Estêvão I subiu ao trono no ano 1000, quando converteu o país para um reino cristão. Até o século XII, a Hungria era uma potência média no mundo ocidental. A Húngria também esteve por mais de 150 anos sob ocupação otomana (1541-1699) que com seu fim, essa ressurge sob o domínio dos Habsburgos e, mais tarde, formou uma parte significativa do Império Austro-Húngaro (1867-1918). Suas fronteiras atuais foram estabelecidas pela primeira vez pelo Tratado de Trianon (1920) após a Primeira Guerra Mundial, quando o país perdeu 71% de seu território, 58% da sua população e 32% dos húngaros étnicos. Após o período entre-guerras, a Hungria aderiu às Potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, quando sofreu danos significativos e ficou sob a esfera de influência da União Soviética. O país ganhou ampla atenção internacional por conta da Revolução de 1956 e da abertura parcial de sua fronteira anteriormente restrita com a Áustria, em 1989, o que acelerou o colapso de todo o Bloco de Leste. 

Hoje a Húngria é visto como um país desenvolvido, mas também, junto com a Polônia, são considerados os "patinhos feios" da União Europeia. Isso porque, desde 2010, a Húngria vem tendo a figura de Viktor Órban como primeiro-ministro e, nos últimos anos, seu governo vem sido criticado por não ser 100% democrático (inclusive nas eleições). Órban, de extrema direita, vem desrespeitando regulações da UE, principalmente na questão de minorias e temas relacionados a imigração, o que vem gerando uma série de multas para o país. Além disso, o primeiro-ministro húngaro aparenta ter relações próximas com a Rússia, o que fez com que a Húngria um dos poucos países da UE que não atuaram de forma incisiva na questão da Ucrânia. 

No aspecto cultural, a culinária húngara ganha grande destaque na cultura da Hungria, com tradicionais pratos como o goulash, difundido por todo o mundo e uma das bases da culinária húngara. A batata é usada em diversos pratos, e as sopas e os guisados são componentes da culinária dos húngaros. Os guisados são encontrados com elementos tradicionais como carne de porco e de gado, como usado no pörkölt. Existe ainda, diversas sobremesas tais como o somlói galuska que é um doce coberto de creme de laranja ou rum. Na culinária húngara que são feitas com frutas, sendo elas umas das especialidades da cozinha húngara.

Além disso, assim como em muitos países, há  uma influência de outros povos na culinária, como elementos da cozinha turca e a presença de doces e bolos, fruto da influência alemã. Mas durante a existência da Áustria-Hungria, alguns pratos, como o goulash, foram passados aos austríacos e tchecos. Além do famoso Kürtőskalács, parece um tipo de pão com açúcar e chocolate e com recheios, mas é uma massa enrolada em forma de cilindro e assada, coberta com canela e açúcar ou uma mistura de nozes e açúcar, é o mais famoso e você ver por todo o canto.

Eu sou do tipo de viajante que acredita que ás vezes é necessário que coloquemos as ideologias políticas de lado para apreciar o que o país tem para oferecer, afinal, você não vai para um país para se aventurar na política, é claro que há excessões de acordo com determinados fatores, mas no geral, se não for algum lugar que te discrimine, te perseguia ou te tire o direito de turistar livremente, questões de esquerda ou direita não deveriam ser fatores determinantes para você conhecer um país que tanto deseje.

Para finalizar, meus dias na Húngria foram basicamente visitando os pontos túristicos mais interessantes da cidade, saíndo principalmente pelas manhãs e a noite já que o sol durante a tarde estava de matar. E como sempre andando horrores, andar é algo imprescidível nas minhas viagens, é nas caminhadas de um ponto ao outro que você percebe os pequenos detalhes nas pessoas, na cultura, nos lugares, como as pessoas vivem e como se relacionam no ambiente social. Meus dias nos hotels foram ok, como eu disse "sobrevivi", deu para dormir ok, sempre comprando minhas comidas no mercado (ás vezes comprando algo prático como pães, ás vezes algo congelado fácil de fazer, ás vezes algo prático) e foi isso. No meu último dia, me dirigi até a estação central de ônibus para pegar uma ônibus com direção a Sérvia, o meu último destino nessa segunda jornada pela Europa, mas vocês já sabem né? Essa história fica para a próxima, então até lá!