Voltei para a europa e a grécia foi o primeiro destino

Eu cogitei muito antes de retornar a Europa, na verdade, já era algo que queria fazer há algum tempo, mas me faltava coragem; algumas inseguranças no plano financeiro ocupavam minha cabeça, mas decidi ir antes que eu me arrependesse. E vendo a experiência de um mochileiro que eu sigo pela Grécia, fiquei com vontade de visitar aquele país, assim, decidi esse como ponto de partida.

O voo foi tranquilo, apesar de que um voo de 12h nunca é confortável e, na verdade, eu tive que ir para a Tailândia e de lá pegar o voo para Atenas com uma escala em Singapura (mas isso foi tranquilo). 

Ao chegar no aeroporto de Atenas, me deparei com uma fila enorme na  imigração, o que me levou a esperar por mais de 1h na fila, mas apesar da espera, não foi me feito nenhuma pergunta ou nenhum documento foi solicitado, o que foi bem diferente da primeira vez, onde eu tinha 10h de trânsito em Amsterdã e quase não me deixaram sair. Então fui até a estação de trem que fica ligada ao aeroporto (depois descobri que o ônibus era mais barato: trem custou 9 euros até a cidade, enquanto o ônibus que usei na volta era 5.50 euros)  e assim me desloquei pra minha hospedagem que, na verdade, era couchsurfing.

Para quem não sabe, o couchsufing é um app para viajantes, você pode encontrar pessoas para sair ou encontrar alguém para te hospedar de graça, a ideia do app é a troca, conhecer pessoas novas, cultura, etc. Eu particulamente tive boas e experiências não tão boas com couchsurfing, o melhor lugar é nas Filipinas, o povo de lá é extremamente amigável e acolhedor.

Sobre minha experiência com couchsurfing na Grécia, bom, eu fiquei apenas 3 noites e foi o tempo que fiquei no país. Meu host era cantor de ópera e lencionava também, um cara muito gentil, sempre fez questão de fazer meu café da manhã e ás vezes meu almoço. Na minha visão, a gente conversou bastante, eu falei um monte sobre mim e minhas experiências e olha que sou introvertido, mas ele dissse que eu não me abri o suficiente (???).

Mas enfim, sou muito grato pela hospedagem e além dessa, inclusive, meu host me deu um ingresso para visitar a Acrópoli em Atenas, um lugar histórico e super turistíco na cidade (fotos abaixo como sempre). É na Acrópoli que fica  Panteão por exemplo e o teatro. Eu confesso e confessei ao host que, por mim, eu terei apenas visto o lugar de fora, porque o ingresso era mais de 20 euros e eu, como na maioria das vezes, sou um viajante com baixo orçamento haha.

E por falar em história, a Grécia é um prato cheio, eu não fui com intenção de visitar as ilhas, eu fui com a intenção de fazer uma imersão na História! A Grécia é conhecida como o berço da civilização ocidental (antigamente não se mencionava o "ocidental" até que historiadores começaram a questionar pelo fato da China ser mais antiga e ter desenvolvido sociedades bem antes das ocidentais) e da democracia. Também é conhecida pelos seus grandes filósofos, como Socrátes, Aristóteles e Platão. Inclusive, não muito longe da Acrópoli, tem um parque e nesse parque é possível ver as ruínas do que um dia foi a prisão de Socrátes (foi preso sob a acusação de querer mudar a religião grega). Sócrates, conhecido com o pai da filosofia, também participou da Guerra de Peloponeso, e foi destacado pela sua coragem e resistência física e seu falecimento veio a acontecer em 399 a.C.

E falando em guerra, quem já viu aquele famoso filme do Rodrigo Santoro chamado 300 deve lembrar um pouco da história da Grécia. Foram duas guerras as mais importantes para a Grécia, sendo elas: As Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso. As Guerras médicas (499-475 a.C.) podem ser descritas também como Guerras Greco-Pérsicas (do filme 300). Apesar de realizadas em uma região distinta, elas fortaleceram o caráter intercultural do mundo grego.

Eu lembro de ter estudando bastante sobre os filósofos gregos nas aulas de Filosofia e História, mas confesso que pouco lembro. 

Ainda se tratando de história, em um dos meus últimos dias conheci uma outra pessoa do couchsurfing, inclusive, ele me ofereceu hospedagem, mas foi muito em cima e eu já tinha aceitado a primeira. Apesar de não ter me hospedado com ele, fui convidado para um jantar com direito a beber um álcool grego, o que eu achei EXTREMAMENTE forte, mas o jantar foi bom e fiz uma pergunta a ele a qual não sabia se ele reagiria bem. Bom, para quem não sabe, a Grécia e a Túrquia, apesar de serem próximas geograficamente e fazerem partes de blocos em comum, não tem boas relações, principalmente por uma questão de disputa territorial, essa disputa se encontra na fronteira terrestre, porém, o embate maior acontece na área maritíma. Isso porque na área  questão  foram descobertas grandes depósitos de gás e sem um acordo entre as partes no que se referem a exploração da área, uma crise diplomática foi instaurada entre os dois países. Mas a minha questão não foi sobre esse caso em particular, foi sobre a comida porque eu notei que os gregos comiam muito kebab (yambém conhecido como wrap no Brasil) e para mim esse era tipicamente turco, então ele me explicou que a Grécia foi ocupada pelo Império Otomano (um grande império que ocupou parte da Europa e o Oriente Médio). Segundo a pesquisa que eu fiz, O Império Otomano passou a ocupar tod a Grécia, com a exceção das Ilhas Jónicas e a península de Mani., após as conquistas dos territórios remanescentes do Império Bizantino com o passar dos séculos XIV e XV. Além disso, os gregos nutrem um  ódio contra os turcos por causa dessa ocupação, o que também incluiu persecução como cristãos entre os anos 1895–1922 quando ocorreu o processo de “limpesa étnica/ religiosa, mais conhecida como Holocausto Arménio, mas que foi na realidade anti-cristã. 

Não adentramos muito a essa questão, apenas apreciamos a comida e conversamos sobre nossas experiências, viagens, etc. Foi bem interessante esse contato com ele e, inclusive, acho que consegui me conectar mais com ele do que o meu host. A comida e a conversa era bem mais interessantes, mas ainda sou grato por tudo que meu host fez por mim nesses três dias.

Agora sobre meus dias am Atenas, estava quente ein. E quando eu digo quente, é tipo MUITO quente! Fora que o sol no verão europeu só se põe as 21h, ou seja, maos horas de calor, o que dificultou turistar na cidade. Eu tentava sair pela manhã e mais perto do anoitecer, embora eu ainda estivesse com o fuso horário trocado e sentia sono muito cedo. Eu explorei os principais pontos da cidade, tudo de forma gratuita é claro. A Grécia tem muitas atividades para fazer de graça, parques históricos, prédios governamentais dos tempos antigos, tem um bairro antigo super chamado, tudo branco esculpido com pedras, ótimo para passear, comprar lembracinhas e tomar um gelato (não comprei lembracinhas, mas tomei um gelato sim haha). Além de que você sempre ver um monumeto. 

Eu tirei um dia para ver a costa e as praias de Atenas já que eu não visitaria as ilhas, mas descobri que as praias eram pagas (o que???), então não vi a praia, vi o mar de outras formas como vocês verão nas fotos. 

Tem uma área que era perto de onde eu estava hospedado que ficava uns museus, universidades e a biblioteca nacional que, mesmo você não entrando, ainda vale visitar o entorno, as esculturas são incriveís. Além disso, visitei o parlamento e o jardim nacional, também vi de fora o templo de Zeus, mas não vi nada muito interessante.

Sei que quando se pensa em Grécia, as pessoas pensam logo nas ilhas paradisíacas e eu não julgo, inclusive no voo, conheci um casal australiano que estavam indo para a Grécia de lua de mel exatamente para visitar as ilhas. Mas eu já vi várias ilhas paradisíacas por aí, muitas no Brasil. Eu fui mesmo pela imersão na história que eu sabia que a Grécia ia me proporcionar. E mesmo fora dessa questão, Atenas é encantadora, só andar nas ruas da cidade, os bairros antigos, é tudo bonito e pacato, não tem como não se encantar pelas casinhas e ruas de pedras.