fiz voluntariado na coreia do sul
Após ter conhecido a Tailândia, o Laos e o Camboja, eu fiquei sem saber qual seria meu próximo destino.
A verdade é que a Coreia do Sul não era um dos meus destinos, mas acabei cedendo e ainda visitei o país duas vezes. A primeira vez eu sai de Hanói de madrugada e cheguei em Seoul bem cedo, infelizmente não consegui fazer o check-in adiantado, mas pude deixar minha bagagem no local e ir explorar.
Seoul tem tudo o que uma cidade moderna pede: transporte eficiente, ruas limpas, etc. Lembro que minha primeira impressão ao andar até o meu airbnb era que o estilo das ruas me lembrava muito o estilo de ruas do Japão que eu tinha visto em algumas séries, fiquei me perguntando se houve alguma inspiração no modelo de desenvolvimento japonês.
Minha primeira ida a Coreia do Sul girou em torno de 4 dias, foi durante essa viagem que eu percebi que minha saúde mental não estava das melhores. Acontece que eu já estava tempo suficiente em Hanói para criar uma base e fazer amigos, quando cheguei em Seoul tive um forte sentimento de solidão. Uma das minhas impressões desse país é que as pessoas não são muito individualistas, vi muitas pessoas com amigos, grupos de amigos ou parceiro amoroso e eu estava completamente sozinho naquele lugar e isso não deveria ser um problema, afinal toda minha jornada na Europa eu estive sozinho.
Só sei que aquele sentimento não me agradou e acabei indo embora em poucos dias, mas não sem antes visitar uns pontos interessantes: no meu primeiro dia visitei o palácio Gyeongbokgung que, talvez seja o ponto mais famoso da capital sul coreana e quando eu cheguei estava tendo uma apresentação da guarda, além disso o complexto é enorme, tem jardins e outros prédios menores, afinal na cultura coreana durante o reinado, no palácio viviam os reis, mas durante todo o complexo, outros funcionários tinham seu lar.
No meu último dia visitei o museu nacional, que conta a história da Guerra da Coreia (onde houve a separação que resultou na Coreia do Sul e Coreia do Norte), mas também conta a história do país enquanto esse era colônia do Japão, além de uma história anterior a isso. Falando em museu, todos os museus em Seoul que eu visitei eram de graça, embora vi poucas pessoas visitando-os (o palácio era pago).
Durante meus poucos dias, pude comer o famoso churrasco coreano e o frango frito coreano, além de outras comidas que tive que adaptar meu paladar, pois tudo na Coreia era picante (o que me lembrou a Tailândia), ainda visitei uma street walking que é ótima para comer comida de rua, o bairro que contém uma arquiterua da e fiz um ou outro amigo durante esses dias, mas continuei me sentindo muito sozinho e decidi retornar ao Vietnã. Mas retornei no mês seguinte com a nova experição do meu visto, dessa vez fiquei um tempo maior e ainda fiz um voluntário!
Na minha segunda ida a Coreia do Sul eu me senti menos sozinho, fiz mais amigos, vistei vários pontos famosos, explorei (mesmo o país sendo meio carinho) e fiz um voluntário e foi uma experiência interessante.
Eu já tinha me inscrito para um trabalho voluntário no país, mas depois de semanas eu não tive nenhum retorno (vocês podem saber mais sobre esse tipo de trabalho na minha sessão de dicas) eu estava prestes a retornar o Vietnã depois de 10 dias, mas não tinha certeza que queria voltar naquele momento, até que no meu "último" dia eu recebi a resposta do voluntáriado, conversamos e ele falou "venha, você passa algumas semanas aqui e nesse tempo você decide o que fazer" e foi o que eu fiz. Fui para uma cidade vizinha chamada Bucheon, há uma hora de Seoul, onde fui voluntário em um coffee studio, basicamente meu trabalho era fazer 3 sessões de 50 minutos conversando com coreanos que queriam praticar inglês (em troca eu tinha acomodação e comida), foi uma experiência fascinante pela troca de ideias, conheci pessoas de várias idades, dos dois gêneros, de pensamentos diferentes, de experiências distintas (o único incômodo foi o calor, era verão e estava muito quente e úmido no país, dormi era um desafio já que só tinha um ventilador que não pegava muito na cama de cima onde eu dormia na beliche do dormitório).
Eu já sabia que os coreanos trabalhavam muito, mas conversando com eles fiquei refletindo se o fato deles beberem muito (sim, os coreanos bebem horrores e fumam muito também e de várias idades) estava relacionado com a cultura do trabalho; muitos deles me confessaram que sempre faziam hora extra e preferiam beber com amigos de fora do que colegas de trabalho. Também notei que os homens pensam em se aposentar na idade normal para aposentadoria, enquanto as mulheres falaram que, se puder, preferem se aposentar antes, BEM antes. Além disso, muitos homens disseram que na aposentadoria eles descansariam, enquanto as mulheres queriam viajar pelo mundo. E como um bom internacionalista, instiguei a opinião deles sobre o atual presidente, sobre a questão da Coreia do Norte, etc. foi uma troca extremamente rica e fascinante.
Um ponto interessante da Coreia é que tem muito loja de conviniência pelo país, ás vezes tem umas 3 na mesma calçada e, muitas vezes comprava meu almoço por lá por ser mais em conta (eles tem vários tipos de comida e até espaço para comer no local) e essas lojas ficam abertas 24h.
Em Seoul eu solicitei meu visto para o meu próximo destino que era a China, foi um processo cansativo, passei o dia todo no centro do visto e, devido conversão da moeda coreana, acabei pagando caro pelo visto, mas saiu rápido e segui para a Beijing de Seoul que é um trajeto que leva menos de 2h.
Por fim, uma história rápida para quem quer entender melhor sobre a divisão da Coreia: antes da guerra, a Coreia era um único reino unificado chamando Jeosong, sabe aquele porção de território chamada Manchúria que ficou muito conhecida pela ocupação japonesa? Então, ela fica no enclave da Coreia com a China, e tanto o Japão (que estava em um momento de forte militarismo e expansão territotiral) quanto a Rússia tinha interesse nessa região, assim ocorreu a guerra Russo-japonesa, que teve o Japão como vitorioso que, não só ocupou a Manchúria, mas toda a pensínsula corenao. Durante a ocupação, os coreanos sofreram nas mãos do japoneses, principalmente na questão de mulheres de conforto (basicamente escravar sexuais), motivo de grande ressentimento que perdura até hoje pelos coreanos em relação ap Japão.
Com o fim da Segunda Guerra e o Japão derrotada, esse foi obrigado a desocupar a pensínsula coreana que acabou sendo dividia no paralelo 38, essa divisão contava com os comunistas no norte, apoiados pela China e pela URSS, e o lado capitalista apoiado pelos EUA, o que resultou na Guerra da Coreia que acabou a divindo em dois países (peço desculpas, não sou expert em história coreana, então não entrei em grandes detalhes).
Durante meu voluntário, eu perguntei aos coreanos como eles se sentiam sobre uma possível reunificação das Coreias, interessante notar as respostas em 2 pontos: 1º eles sempre falam que a Coreia era uma só, eles sabem da guerra e da questão da divisão, mas entendem que eles são o mesmo povo e eles nuncam falam "South Korea" (Coreia do Sul) e sim "Korea" (dando idea de uma Coreia); o 2º que eles contem sobre os recurssos naturais que a Coreia do Norte possui que beneficiaria a Coreia do Sul, além de mais mão-de-obra. Eu como internacionaista, vejo com pouco provável uma reunificação no futuro próximo, eu acredito que há muito interesse de nações maiores por trás que preferem manter a divisão.



















